sexta-feira, 25 de maio de 2012

Greve na UFOPA já é notícia nacional!!


 

Os professores da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), do Rio Grande do Sul, decidiram na noite desta quarta-feira (23) entrar em greve nos três campi da instituição, acompanhando o movimento nacional capitaneado pelo Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). Com ela, já são 42 universidades federais paralisadas, além de três institutos federais.


Segundo o presidente do sindicato dos docentes da UFSM, Rondon de Castro, os professores da universidade pedem também, além do reajuste salarial e criação de plano de carreira (que são as pautas nacionais), melhoria na infraestrutura e reorganização da carga horária, considerada excessiva por eles. 
A UFSM não é a única universidade parada no Estado. Apenas um dos dez campi da Unipampa (Universidade Federal do Pampa) não paralisou atividades, informa a reitoria. Segundo a universidade, os professores cruzaram os braços nos campi Bagé, Caçapava do Sul, Dom Pedrito, Itaqui, Jaguarão, Santana do Livramento, São Borja, São Gabriel e Uruguaiana.

 

Greve no Paraná
Na UFPR (Universidade Federal do Paraná), a adesão chega a 80%. Nesta segunda-feira, a APUFPR (Associação de Professores da UFPR) informou que 80% dos 3.000 docentes da universidade aderiram à paralisação. A greve também afeta os serviços de pesquisa, extensão e os cursos de pós-graduação (parte deles pagos). A reitoria informa que não tem ainda um levantamento detalhado sobre a adesão à greve, mas afirma que a maioria dos cursos do setor de ciências humanas está parada. Por outro lado, diz que cursos como medicina, odontologia, direito e enfermagem funcionaram parcialmente na sexta-feira (18), primeiro dia da paralisação.
Já na UTFPR (Universidade Federal Tecnológica do Paraná), professores dos campi de Curitiba, Apucarana, Campo Mourão, Francisco Beltrão, Londrina e Ponta Grossa entraram em greve por tempo indeterminado. A adesão é maior na capital, onde nesta segunda-feira (21) 80% das aulas não aconteceram. A UTFPR diz que a adesão à greve não é total, mas não tem estimativa de quantos professores trabalham nos campi. Para a reitoria, a greve é um “direito dos professores”. Ao menos por enquanto, não há previsão de suspensão do calendário escolar.

 

Norte
Na região Norte, a adesão à greve das universidades federais chega a, pelo menos, 70% do contingente, segundo os sindicatos das categorias. No Pará e Amapá, por exemplo, a paralisação nas instituições dos dois Estados atinge, sobretudo, os alunos da graduação. A situação se repete nas outras instituições da região Norte, tais como Ufac (Universidade Federal do Acre), Unir (Universidade Federal de Rondônia), Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e UFRR (Universidade Federal de Roraima).
Na UFPA (Universidade Federal do Pará), a maior das instituições, o comando grevista estima que 80% dos professores tanto da capital quanto dos campi do interior aderiram à greve iniciada há quatro dias.
A paralisação só não atingiu institutos que tradicionalmente não param, como o de geociências e o de biológicas, além dos cursos de pós-graduação e dos laboratórios. Atualmente, a instituição tem aproximadamente 1.600 docentes e cerca de 32,1 mil estudantes se graduando.
Além de cobrar o governo federal, os professores da UFPA querem, por exemplo, remuneração integral de quem está afastado para se capacitar e que a orientação de trabalhos, participação em bancas examinadoras e comissões de avaliação sejam computadas como parte da carga horária. Hoje, só se considera a sala de aula.
A pauta nacional, segundo o Andes-SN, é a luta pela reestruturação da carreira de docente e por melhores condições de trabalho.
Na Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará), a estimativa é que 70% dos cerca de 180 professores estejam parados. A greve atinge o campus em Santarém e os campi de Alenquer e Itaituba. O vice-presidente do Sindicato dos Docentes da Ufopa, Enilson Souza, disse que a expectativa é chegar a 80% até o final de semana.
O modelo de ingresso, através do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), é, inclusive, um dos principais pontos da pauta própria da Ufopa. Para o sindicato, é preciso aprimorar o modelo para que as deficiências do ensino médio local não prejudiquem os estudantes do oeste paraense.
Na Ufra (Universidade Federal Rural da Amazônia), duas das principais preocupações são o déficit de professores e a precária infraestrutura dos cursos ofertados fora da capital paraense. O Sindicato dos Docentes da Ufra realizou uma assembleia em que pediu o apoio dos estudantes para cobrar melhorias. A estimativa da Sindufra é que a adesão docente já tenha alcançado 90%. Segundo o professor Benedito Santos, da coordenação, a paralisação atinge todos os setores.
Já na Unifap (Universidade Federal do Amapá), onde estudam cerca de 7 mil alunos, a paralisação é de 100% em ensino, pesquisa e extensão, segundo o diretor do Sindicato dos Docentes, Paulo Cambraia.

 

Unir, Ufac, UFRR, Ufam.
No Amazonas, houve uma manifestação de estudantes a favor da paralisação. Funcionários da Ufam também se mostraram favoráveis ao movimento grevista dos professores e reivindicam reajuste de salário de pelo menos 7,5%. A reforma de unidades da instituição localizadas no interior também está na mesa dos servidores e professores.De acordo com levantamento do UOL, 70% dos estudantes da Ufac (Universidade Federal do Acre), da UFRR (Universidade Federal de Roraima), da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e da Unir (Universidade Federal de Rondônia) estão sem aulas. Nestas duas últimas, a paralisação já atinge os campi no interior dos Estados. Procuradas, as reitorias das quatro universidades não quiseram comentar as paralisações.
Já em Rondônia, pelo menos cinco dos campi que a Unir mantém no interior do Estado aderiram ao movimento grevista iniciado pelos docentes da instituição na última quinta-feira. Além da demanda nacional, os professores da Unir reivindicam a contratação de novos técnicos e melhorias na infraestrutura da universidade.
Em Roraima, na UFRR, segundo o presidente do sindicato dos professores, Marcos Braga, a segurança dos campus faz parte da pauta de reivindicações. “Foram registrados assaltos nas adjacências da instituição colocando em risco a vida dos professores, alunos e visitantes. Também estamos lutando para que isso mude”, disse.
Por sua vez, a Ufac não enfrenta somente a greve docente da instituição. Os próprios servidores também ensaiam paralisar as atividades na próxima semana. O protesto é por melhores condições de trabalho. Se não houver acordo com o governo, a greve deve começar de vez em junho.

Unifesp e UFRJ em greve
Os professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) decidiram, nesta terça-feira (22), entrar em greve por tempo indeterminado. No mesmo dia, docentes de cinco campi da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) também anunciaram a adesão à paralisação nacional organizada pelo Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). Até o momento, 41 universidades estão paradas, além de 3 institutos federais.
O presidente da Adufrj (Associação dos docentes da UFRJ), Mauro Iazi, acreditava na aprovação da greve mesmo antes da assembleia.  “Vivemos a contradição da expansão do ensino superior, sem recursos para acontecer. É preciso a regulamentação do plano de cargos, carreiras e salários, a reestruturação da carreira, a valorização do professor”, declarou.
Na UFF (Universidade Federal Fluminense), os professores também entram em greve ontem.

 

Em Minas, há avaliações
Os docentes das Universidades Federais de Uberlândia, Viçosa e Alfenas, em Minas Gerais, aderiram à greve nacional dos professores. Segundo os responsáveis pelo movimento grevista, de 50% a 60% dos professores estão oficialmente em greve, mas alguns optaram por concluírem as avaliações de final de semestre.
Na UFV (Universidade Federal de Viçosa), segundo a presidente do comando local da greve Márcia Fontes Almeida, há mil docentes divididos nos campi Viçosa, Rio Paranaíba e Florestal. No dia 15 deste mês foi feita uma assembleia entre 200 professores e 183 declararam serem a favor da paralisação. “Não temos o número exato de professores que estão parados, mas sabemos que é metade. Vamos fazer uma reunião na próxima quarta-feira para definir os rumos da greve e informar os professores sobre a pauta”.
Mesmo com a greve declarada, a presidente explica que houve um acordo para que as avaliações que já estavam agendadas até o fim desta semana fossem aplicadas. “Nós dividimos o comando em comissões e uma delas avalia as exceções, caso seja necessário aplicar alguma atividade ou avaliação após esse prazo”, disse.
Na UFU (Universidade Federal de Uberlândia), a situação é parecida. De acordo com o presidente do comando local, Antônio Cláudio Moreira Costa, 50% dos 1,8 mil professores do ensino básico e superior dos campi de Uberlândia, Pontal do Triângulo Mineiro e de Patos de Minas aderiram ao movimento. 
Já o campus de Varginha da Unifal (Universidade Federal de Alfenas), segundo a presidente do comando de greve daquela região, Francisca Isabel Ruela, está totalmente parado. A Universidade conta com três campi, a de Alfenas, Varginha e Poços de Caldas. Ao todo, são 360 professores concursados. Desse total, 83 paralisaram as atividades. “Vamos fazer a recontagem, porque houve mais adesões”, disse.
Em Juiz de Fora, a greve na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) começou nesta segunda. Pela manhã, os professores distribuíram panfletos pelo campus e em algumas ruas da cidade com a pauta de reivindicações. Além das reivindicações nacionais, os professores pedem maior transparência nas deliberações da administração da universidade e abertura mais vagas para docentes. Em nota, a Administração Superior da UFJF disse que “respeita” a mobilização.
Os professores da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), em Uberaba, aderiram ao protesto na quinta-feira (17). Segundo o representante da diretoria de comunicação da associação de docentes, Bruno Curcino, a greve está em expansão, mas cerca de 42% dos alunos (2 mil estudantes) já estão sem aulas. A universidade informou que na sexta-feira dos 400 professores, cerca de 100 aderiram ao movimento. As aulas do turno da noite não aconteceram porque os alunos também apoiaram a greve e resolveram parar as atividades.
Na Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto), a greve gera grande mobilização de docentes com apoio de alunos desde quinta-feira. De acordo como o presidente da seção sindical, David Pinheiro Júnior, são 600 professores na instituição e adesão é de quase 100%. Além dos apelos de âmbito nacional, os educadores também questionam o número excessivo de alunos por turma e a sobrecarga de hora-aulas para os professores. A reitoria disse que não vai comentar sobre a greve.
UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), por sua vez, não aderiu à greve pelo fato de seus professores não estarem filiados à Andes-SN, o sindicato nacional da categoria.


Os professores da UFRJ podem se juntar aos da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), que cruzaram os braços no último dia 17. Segundo o movimento grevista, a adesão é de 90% dos profissionais de educação. Os professores estão em assembleia permanente e tem nova reunião marcada para amanhã no prédio principal da universidade.

 

Rio de Janeiro
“Falta material nos laboratórios, turmas superlotadas e a contratação de professores temporários para dar conta do currículo. Além disso, existe o problema de obras que não foram feitas e outras que foram feitas de maneira inadequada Os professores do campus de Três Rios reclamam muito da qualidade do prédio. O Departamento de Geociência está em condições muito aquém das condições básicas para as aulas”, disse o integrante do comando de greve, Alexandre Mendes.  Procurado pela reportagem do UOL, o reitor da Rural, Professor Ricardo Motta Miranda, não respondeu ao contato.
Já na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), o campus da Urca é o de maior adesão à greve, segundo a presidente da associação de docentes, Elisabeth Orletti.  De acordo ela, em assembleia na próxima quinta-feira (24), os estudantes da Unirio podem também decidir entrar em greve. Há também pautas locais em jogo na instituição, tais como o pedido da associação para a criação de uma alternativa às fundações de apoio, que ajudam a manter a universidade.
A reitoria diz que a greve afeta aulas, mas que não tem um balanço "conclusivo" sobre a adesão dos docentes.

No Nordeste, adesão bate os 80%
Na Paraíba, a greve se estende à UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), do interior do Estado, deixando cerca de 17 mil alunos sem aulas. A instituição tem sete campi pelo interior da Paraíba e em todos houve adesão à greve. Tanto a Aduf-CG (Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande) quanto a reitoria da instituição falam em 100% de adesão à greve que começou no último dia 17.
Já na UFPB (Universidade Federal da Paraíba), mais de 40 mil alunos estão sem aula também desde o dia 17.  A reitoria reconhece a forte adesão da greve (em torno de 90%) nos quatro campi da instituição: João Pessoa, Areia, Bananeiras e Rio Tinto. A UFPB conta com aproximadamente 2,5 mil professores.
Na UFPI (Universidade Federal do Piauí), segundo o presidente da Aduf-PI (Associação dos Docentes da Universidade do Piauí), Mário Ângelo Meneses, a greve atingiu todos os cinco campi. No campus da capital Teresina, a adesão é de aproximadamente 80%; no de Parnaíba, o número de docentes que apoiam o movimento chega perto de 90%. "De uma forma geral, podemos afirmar que a adesão à greve na UFPI é de 85% em todo o Estado", declarou. A reitoria da instituição não quis se pronunciar.
Segundo a Associação de Docentes da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), a greve tem adesão de 95% dos professores na instituição e paralisa aulas nos três campi. A reitoria diz que “respeita” a decisão dos professores de paralisar as atividades. A UFPE(Universidade Federal de Pernambuco) também está parada.
A UFMA (Universidade Federal do Maranhão), por sua vez, está com 80% dos docentes parados, segundo a associação de professores.  Além das reivindicações nacionais, estão na pauta local o limite no número de alunos por turma e de horas-aula (máximo de 12h para contratos de 40h) e a ampliação e reforma na estrutura física sejam planejadas de forma a atender as necessidades e especificidades de cada curso.
Já na Ufal (Universidade Federal de Alagoas), há pautas locais. As duas principais são: falta de segurança nos campi de Maceió e Arapiraca (que ficam ao lado de presídios e são alvos constante de invasões de presos em rota de fuga) e luta pela não terceirização dos serviços do Hospital Universitário. A assessoria de imprensa da universidade disse ao UOL Educaçãoque não conseguiria não poderia informar se ainda existem alunos assistindo aulas nos campi, por não acompanhar a greve de perto.

Centro-Oeste
UnB (Universidade de Brasília) entrou em greve nesta segunda-feira. Há pautas locais, tais como melhoria da infraestrutura e das condições de trabalho. A reitoria da instituição diz que não se coloca “nem contra, nem a favor” do movimento.
Na UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), todos os professores estão parados, afirma a associação dos docentes. Em Cuiabá, afirma o órgão, 93% deles estão sem trabalhar desde o dia 17. Segundo a reitoria, há quatro campi totalmente parados. A administração da universidade afirma que “nunca foi” a favor da greve, por trazer prejuízo “não só para gestão, mas aos alunos também”, mas diz que acha “justa” a reivindicação de um plano de carreira.
* Com reportagem de: Sandra Rocha (Belém), Paula Litaiff (Manaus), Carlos Madeiro (Maceió), Valéria Sinésio (João Pessoa), Mariana Monzani (São Paulo), Renata Tavares (Uberlândia), Luana Cruz (Belo Horizonte), Felipe Martins (Rio de Janeiro) e Rafael Moro Martins (Curitiba).

Nenhum comentário:

Postar um comentário