As
lutas nas Universidades Federais de todo o país não estão passando
despercebidas...
Fonte:
O Estado de S. Paulo - 23/05/2012
Começou
a temporada de greves nas universidades federais. Das 59 instituições de ensino
superior mantidas pela União, até o início da tarde de ontem 41 já haviam
paralisado suas atividades por tempo indeterminado. Como os professores das
demais universidades têm assembleias marcadas para os próximos dias, o comando
de greve prevê que, até o final da semana, mais 9 instituições - dentre elas as
duas maiores, a do Rio de Janeiro (UFRJ) e a de São Paulo (Unifesp) - suspendam
as aulas.
Os
motivos da paralisia são corporativos e políticos. Os grevistas exigem melhores
condições de trabalho e reivindicam um novo plano de cargos e salários. O que
eles querem é uma carreira unificada, com 13 níveis de remuneração e variação
de 5% entre esses níveis - além da incorporação das gratificações e porcentuais
de acréscimos relativos a titulação e regime de trabalho. Do modo como está
organizada atualmente, a carreira não possibilita um "crescimento
satisfatório" para os docentes", diz Aluísio Finazzi, da Universidade
Federal de Ouro Preto e integrante do comando de greve. Segundo ele, com o
plano em vigor um professor leva quase 30 anos para chegar ao topo da
hierarquia acadêmica.
Os
grevistas alegam que a reivindicação vem sendo feita desde 1987 e afirmam que o
professorado das universidades mantidas pela União é uma das poucas categorias
técnicas do funcionalismo federal que não foram contempladas nos últimos anos
com um projeto de reestruturação. "Este momento é importante para
fortalecer nosso movimento. Precisamos estar firmes contra a desvalorização
profissional dos nossos professores e professoras", diz Ebenezer Nogueira,
presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (AdUnB).
Por
causa da greve, que foi deflagrada na última quinta-feira pela Associação
Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a presidente
Dilma Rousseff teve de cancelar dois compromissos na sexta-feira. Um estava
previsto para ocorrer em Diadema, a poucos quilômetros da sede da UFABC, e
outro em Porto Alegre,
onde funcionam várias unidades da UFRGS. O cancelamento foi por causa da possibilidade
de vaias à chefe da Nação, expondo-a a situações constrangedoras.
Para
tentar debelar a greve e evitar que os partidos de oposição a explorem
politicamente na campanha eleitoral, o governo quer encontrar uma saída para o
problema no menor tempo possível. Para tanto, os ministros da Educação e
do Planejamento convidaram o comando de greve para uma reunião
em Brasília, na próxima segunda feira. Além disso, o MEC distribuiu nota
informando que o plano de carreira dos docentes federais começará a ser
implantado em 2013 e que os recursos serão definidos na Lei de
Diretrizes Orçamentárias até agosto deste ano.
A
nota também informa que o MEC negociou com as entidades sindicais ligadas ao
ensino superior um reajuste salarial de 4%, a partir de março deste ano, além
do pagamento de gratificações. A nota diz ainda que, para ganhar tempo, a
presidente Dilma Rousseff retirou o projeto de lei enviado ao Congresso e
concedeu o aumento por meio de uma medida provisória por ela assinada no dia 11
de maio. E conclui dizendo que "o MEC tem se revelado sensível às
reivindicações das categorias, o ministro (Aloizio Mercadante) tem recebido
sistematicamente as representações sindicais e as negociações seguem
abertas".
Os
líderes dos grevistas afirmaram que comparecerão à reunião de segunda-feira,
mas não acreditam que a negociação será encerrada nesse encontro. Segundo eles,
já foram realizadas pelo menos dez reuniões com o Ministério do
Planejamento para discutir a revisão dos planos de carreira - e
nenhuma delas foi conclusiva.
Durante
anos, a Andes esteve sob controle do PT, motivo pelo qual não criou
constrangimentos políticos para as autoridades educacionais, nos dois mandatos
do presidente Lula. Recentemente, contudo, o partido perdeu espaço para
agremiações menores e mais radicais nos meios estudantis e acadêmicos - e,
desde então, o governo passou a ser pressionado pela entidade.
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quinta-feira, 24 de maio de 2012
A Greve das Federais
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Apenas citando o prof. Antônio Luiz Mendes de Almeida - "A ditadura não acabou na educação, continua a tirania, o despotismo, o absolutismo do estado. Chega de imposições e políticas errôneas, de agachamentos e covardia, de aturar a incompetência crônica, apanágio dos que habitam os gabinetes do planalto, distantes da realidade".
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