Por
que aderir a greve?
A greve é um instrumento de luta utilizado por grupos e categorias
para se fazer ouvir e chamar a atenção para suas demandas e reivindicações,
quando todas as outras tentativas de diálogo já foram esgotadas. Na UFOPA, temos sofrido com uma Administração
Superior extremamente autoritária, que tem ignorado todas as reivindicações da
comunidade acadêmica. Portanto, a greve se faz necessária para que finalmente
sejamos atendidos e possamos garantir a qualidade na nossa formação.
As 16
universidades federais que se encontram em greve estudantil apresentam
problemas semelhantes entre si, como precariedade nas estruturas físicas,
insuficiência na assistência estudantil, etc. Na UFOPA, porém, a situação é
muito mais grave. As deficiências estruturais e a falta de planejamento
institucional levam, por exemplo, à utilização de espaços improvisados do Hotel
Amazônia Boulevard como salas de aula. Não temos uma política séria de
assistência estudantil: não há Restaurante Universitário, Casa do Estudante,
Creche Universitária, dentre outras políticas presentes na maioria das
federais. A assistência estudantil na UFOPA se resume hoje às bolsas-permanência
que, devido à sua quantidade e valor irrisório, estão longe de resolver as
necessidades do corpo discente. Os atrasos constantes no pagamento das bolsas
trazem ainda mais prejuízos aos estudantes.
Tudo isso é
fruto da política educacional do governo federal e também do caráter
autoritário da Reitoria de Seixas Lourenço, que é surda aos anseios da
comunidade acadêmica. E como se não bastasse a ausência de espaços
democráticos, recentemente vieram à tona fortes denúncias de corrupção envolvendo
a Administração Superior da UFOPA. Compras de terrenos e equipamentos
superfaturados que teriam causado prejuízos milionários aos cofres públicos.
Dinheiro que faz falta no dia-a-dia da nossa Universidade.
Por tudo isso, temos motivo de sobra para entrar
em greve, de modo a exigir o atendimento das nossas demandas. Quanto mais nos
unirmos, mais alta será nossa voz. Quanto mais forte
e organizado o movimento, quanto maior o número de estudantes e professores
mobilizados e participando das atividades da greve, mais fácil será negociar as
questões que
reivindicamos e, assim, alcançarmos vitórias para todos. Só assim a greve se
torna mais rápida e eficaz.
O
estudante que aderir a greve será prejudicado?
A greve
é um direito garantido, pois a Constituição Federal assegura, em seu artigo 5º,
que o direito à liberdade de expressão e livre manifestação é um dos direitos
fundamentais de todos.
Nenhum
estudante pode ser reprovado, prejudicado e nem punido por ter aderido à greve.
A partir do momento que a greve é deflagrada e a reitoria é comunicada
oficialmente da decisão das categorias, o calendário acadêmico que estava em
curso deve ser paralisado, e todas as atividades avaliativas são suspensas,
devendo ser rediscutido após o término da greve. Para que a isonomia seja
garantida no processo avaliativo, é necessário que todas as turmas parem suas
atividades durante a greve e retomem as aulas no mesmo período. Se algumas
turmas pararem e outras não, todo o processo isonômico será prejudicado, por
isso é importante garantir a paralisação das aulas durante o período da greve.
O
estudante tem direito a reposição de aula? Como e quando será feita?
Os estudantes têm direito a reposição de todas as aulas perdidas
durante o período da greve. Mesmo que o professor continue dando aula durante a
greve, o estudante que decidir deixar de assistir aulas nesse período tem
direito à reposição. Como o calendário acadêmico é paralisado com a greve, ele
será rediscutido após o término dela e toda a comunidade acadêmica deve se adequar
a ele. Não podem existir dois calendários acadêmicos vigentes, e o calendário
atual deve ser paralisado. Depois da greve teremos um novo calendário.
A própria reitoria da UFOPA, em nota oficial (nota da reitoria a
respeito da greve dos docentes) divulgada no dia 22
de maio, considera o direito à reposição das aulas um “inalienável direito do
corpo discente” e exige “o integral cumprimento à programação de reposição de
aulas”. Qualquer ameaça de prejuízo ou
reprovação do aluno por parte de um professor é intimidação, assédio moral,
portanto é crime e deve ser denunciado.
Não é de interesse nem dos professores e nem dos estudantes que a
greve dure muito tempo, e os professores não querem nos prejudicar, mas a
duração da greve vai depender da disposição do governo federal e da reitoria da
UFOPA em atender as pautas do movimento grevista. Não haverá aulas em julho, pois é de autonomia do Comando de Greve,
dos estudantes e dos professores discutirem e estabelecerem o novo calendário
acadêmico, o qual somente deverá ser ratificado pelo CONSUN. A entrada nos
Institutos também não será prejudicada, só acontecerá um pouco mais tarde,
dependendo do atendimento das reivindicações e conforme calendário acadêmico
aprovado pelo Comando de Greve.
Vem pra greve! Algumas de nossas
pautas:
· Buscar a unidade da comunidade acadêmica em torno
de pautas comuns, como a homologação imediata do Estatuto da UFOPA e a garantia
de eleições para reitor, diretores e coordenadores de cursos e Institutos;
· Garantir a ampliação da assistência
estudantil na graduação e na pós-graduação;
· Adesão ao movimento nacional "Expansão com 10%
do PIB para a educação já!"
JUNTE-SE A NÓS E PARTICIPE DAS ATIVIDADES!
Comando de Greve Estudantil
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