Mais
de 15 mil servidores, de todos os cantos do país, percorreram na manhã desta
terça-feira (5) a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Em alguns momentos, a
Marcha ocupava três faixas e toda a extensão da avenida.
Nos
discursos realizados durante a manifestação, foi unânime a posição de que ela
mostrou a unidade dos servidores e foi o prenúncio de uma das maiores greves a ser
realizada no serviço público.
“Demos
uma demonstração de força com essa manifestação e com a greve que estamos
construindo, tanto que o ministro da Educação recebeu nesta terça-feira o
ANDES-SN”, afirmou no carro de som da Marcha a presidente do Sindicato
Nacional, Marina Barbosa. “Estamos construindo uma greve histórica e com nossa
força e unidade conseguiremos arrancar um plano de cargos e salários que
realmente valorize os docentes”, afirmou.
A
criatividade e as demonstrações de alegria dos manifestantes emocionaram
os
palestrantes. “A Marcha está linda. As categorias responderam o chamado
das
entidades e estamos todos aqui. E, a partir do dia 11, nós, técnicos- administrativos
das universidades, vamos nos juntar aos professores e
estudantes
em greve e faremos uma das maiores greves do setor da educação
nessa
país”, afirmou uma das coordenadora geral da Fasubra, Janine Teixeira.
“Os
servidores estão dando uma resposta à altura à forma equivocada como o
governo
está respondendo à crise internacional, preferindo tirar recursos da
saúde,
educação e do serviço público ao mesmo tempo em que concede
desonerações
fiscais para setores do empresariado”, afirmou o representante
da
Central Única dos Trabalhadores (CUT), Pedro Armengol. “Buscamos o
diálogo
e a negociação, mas o governo responde com desrespeito. Não vamos
aceitar
passivamente essa política. Não vamos aceitar que o factoide da
despesa
com pessoal seja massificado para a população como o grande
problema
do país”, completou.
O
presidente do PSTU, José Maria, saudou os servidores “que lutam para mudar a
política econômica do país” e em especial ao ANDES-SN, “que já está em greve”.
José Maria argumentou que o mesmo governo que diz não ter recursos para
investir em educação e saúde e para valorizar seus servidores, “baixou um pacote
com incentivos fiscais para um dos setores mais rentáveis, que são as montadoras
de automóveis. Só em 2011, segundo o Tribunal de Contas da União, deixou-se de
arrecadar R$ 187 bilhões, sendo que foram cortados R$ 170 bilhões da saúde e da
educação”, criticou.
O
representante da CSP-Conlutas, Paulo Barela, lembrou que só este ano foram oito
reuniões dos servidores com o governo que não avançaram uma vírgula. “Os docentes
das instituições federais de ensino já encheram o saco e entraram em greve. E
se até o final de junho a posição governista continuar a mesma, 90% dos
serviços públicos federais irão parar”, advertiu.
Até
deputados da base do governo se fizeram presente para mostrar
solidariedade
ao governo. “Não podia deixar de vir aqui e afirmar a minha insatisfação com o
processo de negociação do governo com os servidores” afirmou a deputada Érica
Kokay (PT/DF). Ela também responsabilizou o ministério do Planejamento e do
Palácio do Planalto pelas greves no
serviço
público. A deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) também participou da Marcha e
saldou os servidores pela greve que estão construindo. "Vocês estão de
parabéns pela vigorosa manifestação que organizaram hoje", elogiou.
Fonte: ANDES-SN
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